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  • Porque recebo tantos NÃOs e como lidar com isso?

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    Rita Morais

    Você quer dançar comigo?
    “NÃO”

    Há momentos em que sentimos que somos apanhados numa onda de nãos. Um atrás do outro, quanto mais recebemos mais somos puxados para um vórtex de negatividade cada vez mais longe da felicidade e leveza daqueles que dançam à nossa volta. “Parece tão fácil! Porque é que só eu não consigo dançar com ninguém? Porque é que ninguém me vem pedir para dançar? O que há de errado comigo?” E quantos mais nãos recebemos, mais difícil é querer pedir a alguém para dançar, então sentamo-nos num canto, de braços cruzados, passando nós mesmos uma energia totalmente “não”.

    Sim, todos nós já passámos por isso, e é… uma m*rda. Este post vem do fundo dum coraçãozinho que ouviu infinitos nãos e passou várias noites completas a sentir-se uma bola de rejeição e falhanço ❤︎. Pode soar um pouco duro, mas o objectivo é talvez ajudar alguém a sair desta espiral negativa… várias vezes vi pessoas deixarem o mundo da dança porque não conseguem ultrapassar a fase de “ninguém quer dançar comigo”.

    *Nota: Estas razões aplicam-se tanto a leaders como a followers, embora na maioria dos festivais os números estejam desequilibrados: há mais followers que leaders. Isto significa que followers terão sempre mais dificuldade em arranjar um par, o que faz com que cada não seja sentido mais intensamente. 

    Os Porquês e como lidar com os nãos

    Há imensas razões possíveis para receber um não, muito poucas têm directamente alguma coisa a ver “contigo”. Decidi dividir as razões que considero ser as principais em duas secções:

    “não tem nada a ver contigo” eeeee… “talvez tenha um pouco a ver contigo”:

    Ok comecemos pelo mais fácil:

    Não tem nada a ver contigo

    A pessoa a quem pediste para dançar

    • está cansada
    • quer fazer um intervalo
    • quer ir à casa de banho
    • quer ir fumar
    • não quer dançar esta música em particular (é muito rápida, muito lenta, etc)
    • quer ir tomar uma bebida
    • quer ir embora da festa
    • quer mudar de tshirt
    • quer dançar com outra pessoa que já tinha pedido
    • quer dançar com outra pessoa específica
    • quer pensar sobre a questão existencial do sentido da vida

    a lista é interminável.

    Como lidar com isso?

    Antes de tudo lembra-te do quão importante é o facto de qualquer pessoa poder dizer não a qualquer dança, sem constrangimentos. Todos nós lutamos por um ambiente onde as pessoas dançam com quem querem, quando querem. SEMPRE. Isto significa que alguns dos nãos serão direcionados a ti.

    Interioriza: a quinta pessoa a dar-te um não não tem conhecimento das outras quatro antes dela. A vida e, sobretudo, uma festa de forró não gira em torno de nós próprios. A maioria dos dançarinos diria que sim sem hesitar se soubessem que são o teu quinto não, se soubessem o quão difícil é (especialmente para followers) não conseguir dançar várias músicas seguidas. Respira fundo, segue em frente e deixa assentar que “não tem nada a ver contigo”.

    A melhor tática é criar aliados: pessoas que tu sabes que gostam de dançar contigo (obriga-os a gostarem de dançar contigo!! ahah). Aqueles seres maravilhosos que te podem “salvar” dessas espirais negativas e com quem podes ser honesto e dizer “eu preciso mesmo de dançar contigo”. A maioria das pessoas irá compreender e no mínimo podem fazer-te companhia.

    E também: VAI ÀS AULAS! Se estiveres num festival, vai aos workshops! Isto vai ajudar-te a conhecer mais pessoas num ambiente mais fácil de interagir fazendo com que seja mais fácil arranjar um par para dançar nas festas! (E, claro!!! A tua dança irá melhorar!!)

     

    e agora, a parte mais difícil do post, bora lá!

    Talvez tenha um pouco a ver contigo

    se constantemente recebes nãos e especialmente de pessoas com quem já dançaste antes, pode haver outras razões, todos merecemos ser tratados com o devido respeito e até carinho, mas também é o nosso dever ser um parceiro “atraente” (e não falo, claro, de aparências).

    • Talvez a tua dança seja demasiado pesada/energética – esta é a minha razão número 1 para rejeitar uma dança, é preciso respeitar os nossos corpos e dançar com um dançarino pesado/demasiado agressivo afecta-nos negativamente. Como é que sabes se és pesad@? Pergunta. Pergunta a qualquer pessoa… pergunta a pessoas que confias, pergunta a estranhos e sê critico com a tua própria dança (de uma forma positiva, claro!) Aprende a dançar no papel que não é o teu principal, é incrível o quanto se aprende sobre o que sabe bem ou não estando “do outro lado”.
    • Talvez a tua higiene pessoal não seja suficiente – talvez cheires mal, talvez cheires a tabaco, talvez estejas demasiado suado – mais uma vez, pergunta, pergunta a amigos, traz várias mudas de roupa, desodorizante (meninas nós também né?), etc
    • Talvez o teu nível seja demasiado baixo para as pessoas que costumas convidar (e tu não o sabes) – ok, agora isto começa a ser um pouco mais político, eu sou uma grande defensora de que toda a gente deve dançar com toda a gente, mas vejo um fenómeno acontecer muito frequentemente: as pessoas só querem dançar com níveis superiores ao delas. Intermediários querendo dançar apenas com avançados altos. Tudo ok! Mas se uma pessoa apontar sempre para cima, a probabilidade de receber um não irá aumentar. Faz sentido, no fundo é tudo uma questão de números. É preciso lembrar que os dançarinos mais avançados raramente podem escolher com quem dançam, tendo mesmo que dizer não algumas vezes se querem ser eles a escolher um parceiro. Saber o nosso próprio nível não é fácil, eu lembro-me de achar que estava a seguir alguém a 100% e perceber, anos depois, que não estava, de todo. Estes leaders estavam a baixar o seu nível para dançar comigo e eu não percebia, e como o estavam fazendo, eles não estavam explorando as suas próprias danças ao máximo. Como lidar com isto? Prática prática prática! E (surpresa) perguntando! Adoptar uma abertura de pedir feedback e pedir a mais pessoas para dançar, há sempre pessoas disponíveis, e mesmo quando o mundo parece contra nós, se calhar estávamos só a olhas na direcção errada. Aqui está um ótimo blog do Felipe Raso sobre como dançar com diferentes níveis.
    • Talvez tu não sejas o que eles procuram nesse momento – nem todas as pessoas dançam com o mesmo estilo ou “objectivo”. Apesar do nível, podemos também falar do estilo. Algumas pessoas têm uma dança mais fluída, outras gostam de movimentos mais expansivos, outras gostam de giros, etc etc, alguns conseguem (e querem) adaptar-se a outros, outras não. Dançar com uma pessoa nova é sempre uma descoberta e a pessoa pode não estar num momento de querer arriscar. Ou talvez até já tenham dançado e tu não tenhas o mesmo estilo, talvez eles se sintam até desconfortáveis por não se conseguirem adaptar a ti. Em termos de “objectivo” algumas pessoas dançam para se divertirem, outras para melhorar a sua dança duma forma analítica, outras para seduzirem outros (não há muitos com apenas este objectivo, mas alguns) e claro, estes objectivos mudam de acordo com a situação. Tu simplesmente talvez não sejas o que eles procuram nesse momento – ou até nunca. Isto poderia cair na secção de “não tem nada a ver contigo” de uma forma pessoal – o mais importante aqui é: não penses muito nestas pessoas que não são um “match” para ti. E, se te incomodar realmente… ahm… pratica mais! ou vai falar com eles! Não fiques eternamente a ponderar nas sombras… a maioria das vezes… é tudo imaginação nossa!
    • Talvez estejas a passar uma onda “Não”: isto é difícil de resolver, mas fácil de entender, se estás com um ar de bolinha de negatividade não é propriamente fácil alguém ganhar coragem para te pedir para dançar, até porque devem achar que TU é que vais dizer “não”. Respira, muda de lugar, sorri e atira-te ao teu décimo segundo “não” se for preciso! A onda passará eventualmente, sempre sempre passa!

    Há claro muitíssimas mais razões, mas espero que talvez tenha ajudado a organizar as ideias em relação às ondas negativas que todos sentimos por vezes no mundo da dança. A situação está a melhorar: muitos festivais estão a tentar equilibrar os números, muitos dançarinos estão agora a aprender os dois papéis da dança, aumento a versatilidade (embora eu continue a querer acreditar que a maioria das pessoas aprende a dançar o outro papel por gosto e não por necessidade!). Lembrem-se: toda a gente passa por ondas de nãos. E como todas as ondas, o melhor é não lutar contra ela, mas sim aprender a surfá-la.


    E então? Concordam com as razões? Têm mais razões? Comentem!